Desde muito cedo eu soube que iria trabalhar com crianças. Sempre gostei de estudar o desenvolvimento infantil e o brincar livre. Entrei na faculdade em 2005 e as disciplinas de diagnóstico em linguagem infantil foram a que mais me conquistaram, mas estive aberta a aprender sobre todas as áreas. Fiz estágio em alterações da ATM e também com aparelhos auditivos. No último ano de faculdade pude escolher entre as discplinas práticas que mais gostava e escolhi: Comunicação Suplementar e Alternativa na Encefalopatia Crônica não-progressiva e Fonoaudiologia nos Transtornos do Espectro do Autismo. Foi nesse momento que descobri que queria mesmo trabalhar com as alterações do neurodesenvolvimento.
Escolher a pós-graduação foi uma tarefa desfiadora. Escolhi pelo Aprimoramento Profissional em Psiquiatria Infantil pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Durante o aprimoramento pude ter contato com a rotina da área. Entre avaliações padronizadas, atendimento clínico e supervisões, fui estudando mais sobre o autismo e cada vez que obtinha respostas aos meus questionamentos mais dúvidas surgiam. Decidi por entrar no programa de mestrado e fazer a minha dissertação comparando instrumentos de avaliação com crianças incluídas no espectro do autismo - sempre acreditei que uma avaliação bem feita é o primeiro passo no atendimento clínico. Quando terminei o mestrado, optei por entrar no doutorado para me debruçar ainda mais na avaliação de crianças autistas, mas dessa vez focando mais na linguagem, tendo a pragmática (o uso da linguagem no contexto) como objeto principal dos meus estudos. Foi nesse período que obtive a oportunidade de passar um período nos EUA, trabalhando com o autor de um dos testes utilizados. Pesquisa e clínica estiveram aliadas na minha trajetória, acompanhe em "Produções Científicas" o percurso que tenho percorrido.